terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Entenda por que seu smartphone esquenta tanto.

Se você tem um smartphone, não é surpresa dizer que o aparelho esquenta com frequência; às vezes até demais. Quem se incomoda com as altas temperaturas, vive colocando o celular na frente do ar condicionado para esfriar o dispositivo. A gente foi conversar com um especialista para entender: primeiro, por que os smartphones esquentam tanto? E, segundo, o que fazer quando eles ficam tão quentes?
Com o avanço da tecnologia móvel, os smartphones mais modernos se tornaram verdadeiros super computadores. São diversos núcleos de processamento, sistema operacional, núcleo de processamento gráfico, GPS... e todo esse poder computacional demanda muita energia que, quando liberada, esquenta o aparelho. Mas, ao contrário do seu computador: aqui não tem sistema de refrigeração, a famosa ventoinha… Cá entre nós, não ia combinar muito, não é? Brincadeiras à parte, é bom saber que a alteração de temperatura dos componentes internos do smartphone é completamente normal.
Basicamente dois fatores são responsáveis pelo aquecimento dos smartphones. O primeiro é a própria eletrônica embarcada no aparelho e o uso excessivo que fazemos dela o tempo todo. Para se ter ideia, um smartphone de última geração tem entre 30 e 40 milhoes de transistores na sua arquitetura. Transistores, pra quem não conhece, são como interruptores – ligam e desligam o tempo todo cada vez que um processo é iniciado ou encerrado.
O segundo fator responsável pelas altas temperaturas dos smartphones, como muita gente já devia estar imaginando, são as baterias, que em cada processo de carga e descarga também liberam energia em forma de calor.
Somando esses dois fatores, eletrônica mais bateria, a fonte de calor é mesmo grande e pode facilmente chegar aos 50 graus centígrados. O lado bom disso tudo é que hoje, felizmente, toda essa variação de temperatura é prevista e controlada. Aparelhos mais modernos trazem inclusive um termômetro interno; assim, se o smartphone ultrapassar a temperatura limite estipulada pelo fabricante, o dispositivo desliga automaticamente para evitar danos ou riscos ao usuário.
Como dissemos logo no início, os smartphones são projetados para trabalharem com esse aquecimento e resfriamento normalmente, sem qualquer intervenção do usuários. Mas incomodada com as altas temperaturas, muita gente costuma colocar o celular na frente do ar condicionado ou, os mais extremos, até na geladeira...pois saiba que isso não é uma boa ideia e pode diminuir a vida útil do seu aparelho.
Ou seja, por mais que seu smartphone esquente e incomode, o melhor é não fazer nada! Se ele ultrapassar a temperatura limite de segurança, certamente desligará automaticamente para evitar problemas maiores. Ainda assim, se preferir, há duas coisas que você pode fazer para controlar um pouco esse super aquecimento: a primeira é desligar o celular por alguns minutos quando ele esquentar demais; e, segundo, administrar melhor seus aplicativos e fechar os apps desnecessários rodando em segundo plano – eles e o consequente abre e fecha dos transistores contribuem bastante para elevar a temperatura do dispositivo.

Tecnologia vai para o chão da obra e revoluciona a construção.

Uma verdadeira construção virtual; não se engane, não se trata mais de uma mera respresentação de um projeto em 3D. O BIM – Building Modeling Information – ou em tradução literal “Informação do Modelo de Construção” é uma metodologia de projetos 100% digital e integrada. Se antes toda informação técnica dos projetos estava em plantas e cortes 2D; agora está tudo em três dimensões. A plataforma de desenvolvimento é muito mais avançada do que os simples modelos 3D – que até então, tinham propósito meramente visual.

Antes de chegar ao chão da obra, todo o projeto da construção precisa ser desenhado dentro da metologia BIM com todas as informações necessárias. Vale lembrar que uma construção é constituída de vários projetos: arquitetura, estrutura, instalações elétricas, ar condicionado, tubulações, hidráulica e por aí vai. Para que exista um ganho real em toda a cadeia, todos os “N” projetistas precisam modelar dentro da plataforma BIM. Por fim, os projetos são integrados e toda informação fica unificada em um único modelo 3D – como dissemos, uma verdadeira construção virtual.

Este escritório de arquitetura em São Paulo foi um dos primeiros do país a adotar a tecnologia BIM no desenvolvimento de todos seus projetos. O ganho no tempo de execução foi imediato, mas o investimento tanto no software quando nos computadores para rodarem a aplicação foi grande – afinal, não é qualquer máquina que suporta o BIM.

Com o projeto todo da construção feito em BIM, um aplicativo para dispositivos móveis, permite que o modelo 3D com literalmente toda informação necessária para cada tarefa é levado para o canteiro de obra.

Até hoje, no canteiro de obras, tudo era feito meio que “de cabeça” do que o funcionário tinha visto do projeto ou ainda com dezenas de papéis enrolados debaixo do braço. Com a ferramenta disponível em uma plataforma móvel – mais precisamente em um tablet – desde o engenheiro que trabalha no projeto dentro do escritório até os encarregados e trabalhadores em campo, todos têm acesso a todas informações da construção em tempo real.

O uso do BIM é uma tendência mundial no mundo da construção. Além de reduzir custos, erros e tudo o que mencionamos há pouco, só para se ter uma ideia, esta obra toda – que tem seu projeto todo baseado na metodologia BIM – vai levar apenas 18 meses para ser concluída! Hoje ela está assim; mas o primeiro tijolo foi colocado em janeiro. Dá pra se ter uma ideia da velocidade de evolução da obra. Aliás, informação e tecnologia caminham de mãos dadas e prometem transformar muitos outros setores daqui pra frente – a construção é só mais um deles.

Carregadores sem fio: mais um cabo com os dias contados no nosso dia a dia.

Imagine se toda vez que fôssemos acessar a internet pelo celular precisássemos conectar um cabo de rede no aparelho? Impraticável se buscamos mobilidade! As conexões sem fio como o Wi-Fi já resolveram esse problema há bastante tempo. Mas um dos fatores mais críticos dos dispositivos móveis e que nos aflige diariamente continua dependente de cabos: a energia. A boa notícia é que uma nova tendência de carregamento sem fio está próxima de se popularizar; ou seja, estamos prestes a nos livrar de mais um fio...o da tomada!
A transmissão de eletricidade sem fio é estudada há mais de 100 anos. No final do século 19, o engenheiro croata Nikola Tesla mostrou a transmissão de eletricidade por indução magnética funcionando exatamente como ainda é hoje. O grande avanço na tecnologia foi como fazê-la operar de forma eficiente e segura. O princípio do carregamento sem fio é a indução eletromagnética. Funciona assim: no transmissor, ligado a uma fonte de energia, a corrente elétrica passa através de uma bobina – um rolo de arame – e gera um campo magnético. Quando esse campo magnético atinge uma outra bobina no receptor (no smarphone, por exemplo) uma corrente elétrica é gerada oferecendo energia para carregar a bateria daquele dispositivo.
Até pouco tempo atrás, um dos maiores desafios para popularizar o carregamento sem fio em dispositivos móveis era a necessidade de essas duas bobinas – no emissor e no receptor – estarem perfeitamente alinhadas. Isso dificultava atingir o principal benefício que o carregador sem fio promete: comodidade e praticidade. Mas agora, a indução magnética foi substituída por uma ressonância magnética em campo próximo. É verdade, o nome parece bastante complicado, mas o novo formato de transmissão de energia sem fio simplificou bastante as coisas...
Outro obstáculo que começa a ser superado para uma maior adoção dos carregadores sem fio é a distância suportada entre a fonte e o aparelho. Atualmente, elas são pequenas – na maioria dos carregadores, o dispositivo precisa ficar praticamente colado na fonte para funcionar. Isso porque, na medida em que o dispositivo se afasta, o campo magnético rapidamente se dissipa e deixa de funcionar.
A recente substituição da indução pela ressonância magnética já permite distâncias maiores entre transmissor e receptor. No início do ano, o Kitchen Working Group apresentou um carregador próprio alimentado um processador e um smartphone a três centímetros de distância. Isso vai permitir que o carregador sem fio seja integrado a novos objetos como, por exemplo, móveis e até em paineis de carros. No Reino Unido, 50 lojas do McDonalds e outras 10 do Starbucks já oferecem estações de carregamento sem fio mais modernas também.
Mais um obstáculo é que como em quase toda tecnologia, existem diferentes padrões de carregadores sem fio. Outra boa notícia é que já foi criada uma aliança entre diversas empresas para desenvolver um padrão único e universal. Assim, qualquer carregador promete funcionar com qualquer dispositivo, independente da marca – dando mais sentido à tão prometida comodidade e praticidade da tecnologia.

Ao que tudo indica, nossa ansiedade em saber se a bateria do celular vai aguentar até o final do dia está com os dias contados. Com carregadores sem fio de fácil acesso, seja na mesa do trabalho, no painel do carro ou no seu criado mudo, o dispositivo estará sempre carregando um pouquinho. Resultado: um fio e uma ansiedade a menos no nosso dia a dia. Aliás, se fios e cabos incomodam muita gente, aproveite para conhecer uma nova tecnologia que promete distribuir a eletricidade sem fio dentro das nossas casas. Nós entrevistamos um dos fundadores da WiTricity, a startup que desenvolveu a tecnologia nos Estados Unidos. O link está logo abaixo do vídeo desta matéria no nosso site; confira!

Sem as mãos: conheça o caminhão brasileiro 100% autônomo.

Talvez só de olhar a sensação não seja a mesma, mas andar em um caminhão deste tamanho sem ninguém sentado no banco do motorista é uma experiência que exige, no mínimo, muita confiança na tecnologia. Nós demos algumas voltas neste modelo 100% autônomo desenvolvido em uma parceria entre Escola de Engenharia de São Carlos, da USP, e a Scania. Foram dois anos de pesquisa e um investimento de um milhão e duzentos mil reais para chegar a este protótipo. Já existem vários protótipos como esse rodando mundo afora. Nos Estados Unidos, por exemplo, um caminhão autônomo já percorreu milhares de quilômetros em estradas de verdade… Um dos fatos mais interessantes desse aqui é que ele foi totalmente concebido e configurado no Brasil, por engenheiros e cientistas brasieliros. Isso, é claro, facilitou o nosso trabalho de tentar esmiuçar os detalhes tecnológicos que movem esse grandalhão.
O caminhão recebeu uma série de itens para que o sistema de automação fosse capaz de controlar todos os movimentos. Em uma primeira etapa, pequenos motores foram acoplados para atuar na barra de direção e nos freios; e um circuito eletrônico foi instalado no comando do acelerador do caminhão para controlar a velocidade.
Na etapa seguinte vieram os sensores. Na frente do caminhão, radares e um par de câmeras em estéreo são responsáveis pela detecção de obstáculos à frente. Essas câmeras simulam o olho humano, captando simultâneamente duas imagens, o que forma uma visão 3D capaz de estimar a profundidade e a forma dos objetos adiante. Um sensor na barra de direção registra os movimentos no volante e as antenas GPS de alta precisão no topo da cabine dão a direção para o caminhão...
O maior desafio dos pesquisadores, no entanto, foi desenvolver algoritmos e softwares inteligentes o suficiente para interpretar, em tempo real, todas essas informações vindo dos sensores. Foi mais ou menos como substituir o cérebro do motorista por um computador. Ao captar as informações do radar, das câmeras e do GPS, o sistema precisa interpretá-las e realizar o comando certo para a manobra em frações de segundo – acelerar, fazer uma curva ou frear.
Apesar de ser assim, tão independente, o objetivo do caminhão autônomo não é substituir o ser humano; longe disso.
De qualquer forma, a partir do momento que mais tecnologia foi embarcada no veículo, a segurança dos passageiros aumentou bastante.
Por se tratar de um protótipo, o caminho para um veículo autônomo de grande porte como este ir para as ruas é longo. Mas o projeto mostra o que é possível ser feito com segurança e abre caminho para novas pesquisas sobre o transporte inteligente, uma tendência mundial irreversível. Só assim, com testes e experimentação, novas tecnologias podem surgir para que a realidade dos autônomos cheguem mais próximo do nosso dia a dia.
A história dos carros e dos caminhões autônomos está apenas em seus primeiros capítulos. Pode ter certeza: em alguns anos, eles serão mais que comuns. E um dos fatores decisivos para a chegada deles tem a ver com a próxima geração da tecnologia cellular, a 5G. Quer saber por quê? Confira no video sobre 5G que preparamos. 

Carros elétricos e a hidrogênio são promessa para o futuro do planeta.

Este ano, a Toyota – maior montadora do mundo – vai lançar oficialmente seu primeiro veículo movido a hidrogênio; o Mirai. Na verdade, será o primeiro produzido em grande escala, afinal Honda e Hyundai já possuem modelos movidos a hidrogênio rodando em alguns países, mas o Mirai deve ser o primeiro do tipo vendido ao público geral.  
O uso do hidrogênio faz total sentido quando pensamos em sustentabilidade, no controle da poluição e na saúde do planeta. O assustador aquecimento global e o ameaçador efeito estufa são alimentados cada vez que compostos de carbono são liberados na atmosfera; e isso ocorre o tempo todo em todo o mundo cada vez que queimamos um combustível fóssil, como o petróleo, por exemplo. Imagina quanto dióxido de carbono não sai desses milhares de escapamentos todos os dias.
O uso de carros elétricos a hidrogênio seria uma ótima saída para aliviar um pouco a Terra de toda essa fumaça tóxica e assassina. O hidrogênio, elemento químico mais abundante da face da Terra – presente em mais de 75% de todo o Universo – pode ser usado de duas formas em veículos automotores. A primeira é em motores a combustão, a exemplo do que já acontece nos carros movidos a gás natural. Dentro do motor, o hidrogênio é queimado junto com o ar e a explosão da reação move os pistões. Mas esta maneira está um pouco ultrapassada. Combinando o hidrogênio com carros elétricos a grande promessa são os motores movidos a célula-combustível.
Para quem não lembra da época do colégio, a eletrólise ocorre, por exemplo, quando colocamos dois fios dentro d’água – um positivo e outro negativo – e a corrente elétrica gerada por eles separa o oxigênio do hidrogênio das moléculas H2O. De volta para o motor, o hidrogênio usado como célula-combustível vem de uma espécie de eletrólise, mas ao contrário.
É importante ficar claro que o hidrogênio em si não é uma fonte de energia! Ele está sempre ligado a outros elementos químicos, como o oxigênio, na água; ou o carbono, no gás natural. Nesses novos motores, há uma célula de combustível onde o hidrogênio se combina com o oxigênio do ar, produzindo água e eletricidade. É como uma bateria, mas em vez de recarregá-la com eletricidade, coloca-se mais hidrogênio para que a reação química possa continuar. A eletricidade liberada pela célula é armazenada numa bateria convencional. De lá, ela alimenta o motor elétrico que move o veículo.
Algumas comparações são necessárias antes de qualquer conclusão. O motor a combustão (com hidrogênio) é muito mais barato do que o motor elétrico a célula-combustível; por outro lado, este motor mais caro é muito mais eficiente do que o convencional.
Cara também é a infraestrutura necessária para a construção de postos de abastecimento. Nos Estados Unidos, para se ter uma ideia, um posto de hidrogênio custa cerca de um milhão de dólares; imagina no Brasil!
Já quando comparado ao carro elétrico convencional, com baterias recarregáveis, o veículo movido a hidrogênio com célula-combustível tem muito mais autonomia. Com um tanque de hidrogênio, é possível rodar quase 800 quilômetros; os elétricos dificilmente ultrapassam os 400 quilômetros.
A solução para diminuir drásticamente a poluição da Terra parece simples; só parece. Hoje, o grande problema é a forma que o hidrogênio é produzido – principalmente usando diversas formas de energia que não são nada limpas (como as termelétricas, por exemplo). Aí o uso do hidrogênio deixa de ser vantagem. De qualquer forma, os automóveis movidos a hidrogênio são uma das principais apostas para o futuro. O novo combustível em carros elétricos resolveria a poluição, autonomia e eficiência energética. Por outro lado, isso tudo custa muito caro.
Para o futuro, uma coisa a gente já tem certeza: nossos carros serão conectados e autônomos; resta saber se eles vão ser movidos a eletricidade ou hidrogênio.